A RELIGIOSA – La Religieuse

Opinião
Religião em pleno século 18 na Europa era algo incontestável. Havia um abismo – ou melhor, o inferno – entre o praticante e o ateu. Seria pura heresia. Entrar para um convento por ordem expressa dai família e confessar, na hora da sua ordenação, que não está pronta para fazê-lo e planejar a fuga do convento, era motivo de punição severa, algo como ficar presa numa solitária, passando frio e fome, pagando os pecados.
Livre arbítrio não é daquela época. A Religiosa traz essa realidade, lindamente retratada na ambientação da época, e tragicamente retratada pelos maus tratos sofridos por Suzanne (Pauline Etienne), nas mãos de madres superiores carrascas ou amorosas além da conta (Isabelle Huppert). A menina é obrigada a entrar no convento por causa das dificuldades financeiras da família, sofre com isso, sabe não ter vocação para a vida religiosa, diz a verdade, é brutalmente violentada verbal e fisicamente e trama a sua fuga.
Comentários