PITACOS SOBRE A 74ª BERLINALE

Já se foram 15 filmes da competição e já tem um balanço interessante pra se fazer. Há diversas maneiras de agrupar os filmes: por temas, continentes, idiomas. Diante do que vi por aqui, vamos com este última opção — que é algo que também chama a atenção.

Filmes em francês foram 4: 2 deles, dispensáveis — ou no mínimo inadequados para uma seleção de competição da Berlinale. HORS DU TEMPS, algo como “tempo suspenso”, de Olivier Assayas, revista pandemia e parece deslocado do tempo e do contexto, diante de nada-de-novo-no-reino-da-França. L’EMPIRE, de Bruno Drumont, piora ainda mais e chega a ser ridículo — e me sinto ridícula dizendo isso de um filme da Berlinale. Mas é o que temos pra hoje. Mas, calma: franceses salvos pelo importante documentário DAHOMEY, de Mati Diop e pelo delicado e profundo LANGUE ÉTRANGÈRE, de Claire Burger. Diretoras salvam a alma francesa na Alemanha.

E por falar nisso, em alemão foram 4, sendo 1 da Áustria, o THE DEVIL’S BATH, de Veronica Franz e Severin Fiala. Aliás, junto com FROM HILDE, WITH LOVE, de Andreas Dresen trazem personagens femininas mto, mto potentes. DYING, de Matthias Glasner, tem 3 horas e vale cada minuto desta história sobre família e luto. E morte também está em ARCHITECTON, de Victor Kossakovsky, mas agora no campo da arquitetura com imagens belíssimas num doc sobre o a arquitetura sem vida que construimos neste mundo de concreto.

Em inglês vieram A DIFFERENT MAN, dos EUA, e ANOTHER END, que é da Itália mas não fala italiano. Falam de mundo utópicos (ou distópicos), dependendo do ponto de vista do que a ciência é capaz. A Irlanda trouxe SMALL THINGS LIKE THIS, sobre os excessos das religiões, dialogando com o austríaco e deixando em mim um mal-estar ainda maior com os dogmas e prisões invisíveis em que nos metemos. Quem salva a alma, pasmem, é o Irã, com  MY FAVORITE CAKE, sua história de amor em farsi, porque em espanhol, é só caos: LA COCINA é interessante na sua indigestão e PEPE é tão estranho quanto um hipopótamo na sala colombiana.

Ainda faltam Mauritânia, Tunísia, Itália, Nepal e Suécia. Uma verdadeira torre de babel na telona. (Berlim, 20/02/24)

MOSTRA DE CINEMA ISRAELENSE

Nesta quinta, 27, inicia-se a segunda edição da MOSTRA DE CINEMA ISRAELENSE, organizada numa parceria entre Sesc e Instituto Brasil-Israel (IBI), com apoio do Consulado Geral de Israel em São Paulo. Neste ano, a seleção de 10 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentários, traz como grande destaque o olhar feminino nas telonas. Todos os filmes são dirigidos por mulheres, apresentando seus olhares e interpretações sobre uma temática contemporânea, a partir da perspectiva israelense, abarcando questões políticas, críticas sociais, utopias, vivências LGBTQIAP+, memória, tempo e família. A exibição dos filmes acontece até o dia 2 de agosto, na plataforma SESC DIGITAL, de forma gratuita para todo o país.

Gêmeas — Mórbida Semelhança

Gêmeos — Mórbida Semelhança , de 1988, de David Cronenberg, com Jeremy Irons no papel duplo, me marcou enormemente. Agora teremos uma releitura feminina da mesma narrativa, com Rachel Weisz na pele das personagens. Em GÊMEAS — MÓRBIDA SEMELHANÇA elas vão desafiar as práticas tradicionais da ginecologia e da obstetrícia, ultrapassando a ética médica.
Dá só uma espiada no trailer da série que tem lançamento programado par 21/04 no Prime Video.

 

11ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA

De 27 de julho a 17 de agosto teremos cinema focado na temática socioambiental, com 106 filmes, de forma híbrida e gratuita, em mais de 30 cinemas e espaços culturais de São Paulo. A MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA preparou uma agenda forte e intensa: 

* retrospectiva reúne obras de Sarah Maldoror, a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem na África; está incluída a versão recém-restaurada em 4K de seu filme mais emblemático, “Sambizanga”, realizado há exatos 50 anos

* ator e diretor francês Jacques Perrin, falecido em abril deste ano, merece homenagem com exibição de filmes que produziu e dirigiu

* exibição celebra os 40 anos do clássico documentário “Koyaanisqatsi”, de Godfrey Reggio

* participam produções indicadas ao Oscar e premiados nos festivais de Cannes, Sundance, Roterdã e Locarno

* Panorama Internacional Contemporâneo está organizado a partir dos temas Ativismo, Biodiversidade, Economia, Emergência Climática, Povos & Lugares e Trabalho

* estão programados títulos assinados por Steve McQueen, Vincent Carelli, Joel Pizzini e Lucas Bambozzi

* na Competição Latino-americana estão selecionados representantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba e México

* Concurso Curta Ecofalante tem como temas os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

* masterclass online ministrada pelo produtor francês Jean-François Camilleri discute cinema de impacto

* ciclo de debates e série de entrevistas completam a programação do evento

Uma homenagem ao diretor e ator Jacques Perrin, retrospectiva dedicada à cineasta Sarah Maldoror, celebração dos 40 anos do filmeKoyaanisqatsi”, competição latino-americana com 35 títulos, um amplo panorama internacional recente, o concurso de curtas-metragens brasileiros assinados por estudantes, sessões especiais, debates, masterclass e entrevistas exclusivas.

Este é o rico cardápio da 11ª edição da MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA, que exibe de 27 de julho a 17 de agosto, em salas paulistanas e de forma online, um total de 106 filmes.

Considerado como o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, o festival é totalmente gratuito e sua programação se espalha por diferentes espaços: Reserva Cultural, Circuito Spcine (Biblioteca Roberto Santos, CCSP, CEU Perus e CFC Cidade Tiradentes) e Cinemateca Brasileira, além de Casas de Cultura, Oficinas Culturais, Centros Culturais e Fábricas de Cultura.

Em 2022 o programa Panorama Internacional Contemporâneo está organizado a partir dos eixos Ativismo, Biodiversidade, Economia, Emergência Climática, Povos & Lugares e Trabalho, além de sessões especiais. Estão incluídos os indicados ao Oscar “Ascensão” e “Escrevendo com Fogo” (este também premiado em Sundance), além de filmes premiados nos festivais de Locarno (“Mil Incêndios”) e HotDocs (“Escola da Esperança” e “Ostrov – A Ilha Perdida”).

O Panorama promove ainda a exibição especial de três produções: a aclamada série “Uprising”, de Steve McQueen e James Rogan, e os elogiados longas-metragens “Geração Z”, de Liz Smith, e “Searchers: O Amor Está nas Redes”, de Pacho Velez.

A Homenagem a Jacques Perrin (1941-2022) exibe quatro de seus sucessos, um como produtor (“Microcosmos”) e três como codiretor: “As Estações”, “Oceanos” e “Migração Alada”, este último indicado ao Oscar.

A Retrospectiva Sarah Maldoror (1929-2020) se dá no marco dos 50 anos de “Sambizanga” (1972), obra-prima vencedora de dois prêmios no Festival de Berlim. O filme, sobre o movimento de libertação angolano, é o primeiro longa-metragem filmado na África por uma mulher negra. O evento organizou uma programação em torno da cineasta reunindo alguns de seus títulos mais icônicos, que tratam, sob diversos aspectos, de questões referentes à história e cultura africanas ou de povos com fortes raízes naquele continente.

Clássico contemporâneo e marco do cinema socioambiental, o longa “Koyaanisqatsi”, de Godfrey Reggio, é celebrado pelo evento, por ocasião dos 40 anos de sua realização.

Uma sessão especial é dedicada a “Adeus, Capitão”, o mais recente longa do cineasta Vincent Carelli. Com registros colhidos ao longo de várias décadas, é o fecho da trilogia iniciada com o premiado “Corumbiara”.

Na Competição Latino-Americana participam o argentino “Esqui”, prêmio da crítica na seção Fórum do Festival de Berlim, e “A Montanha Lembra” (Argentina/México), ganhador da competição internacional de curtas do É Tudo Verdade. Competem ainda obras premiadas no Festival de Cannes (“Céu de Agosto”, de Jasmin Tenucci), no Bafici-Buenos Aires (“A Opção Zero”, uma coprodução Cuba/Colômbia) e no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (“Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, de Vladimir Seixas, “Lavra”, de Lucas Bambozzi, e “Ocupagem”, de Joel Pizzini).

Outra competição, o Concurso Curta Ecofalante, reúne curtas-metragens cujos temas dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e são assinados por alunos de instituições de ensino brasileiras. Participam produções de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

A programação da 11ª Mostra Ecofalante de Cinema apresenta ainda um ciclo de debates e uma masterclass, além de uma série de entrevistas exclusivas com realizadores dos filmes, conduzidas pela documentarista e jornalista Flávia Guerra e, na série Ecofalante/WWF-Brasil, pelas jornalistas Marcela Fonseca e Gabriela Yamaguchi.

O evento promove parte de sua programação em cidades do interior paulista, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, conforme o seguinte calendário:

* Piracicaba (SP) – de 2 a 20 de agosto

* Lorena (SP) – de 16 a 26 agosto

* Belo Horizonte – de 10 a 31 de agosto

* Porto Alegre – de 25 de agosto a 7 de setembro.

 

SALAS

Reserva Cultural — Av Paulista 900, Bela Vista — São Paulo

Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo) — Rua Vergueiro 1000, Paraíso — São Paulo

Circuito Spcine Paulo Emílio (Centro Cultural São Paulo) — Rua Vergueiro 1000, Paraíso — São Paulo

Cinemateca Brasileira — Sala Grande Otelo — Praça Sen. Raul Cardoso 207, V. Clementino — São Paulo

Casas de Cultura,

Oficinas Culturais

Centros Culturais

Fábricas de Cultura

ELA DISSE — filme inspirado no evento que impulsionou o movimento #metoo

Eis o trailer de ELA DISSE, filme que vai falar do movimento #metoo. A reportagem investigativa do jornal The New York Times, vencedora do Prêmio Pulitzer, tirou uma sujeira sem tamanho debaixo do tapete e impulsionou o movimento que deu voz às mulheres que sofreram assédio e abuso sexual em Hollywood, quebrando o silêncio que parecia eterno.

O movimento se espalhou e ganhou força no mundo todo. Entendemos que é falando e denunciando que será possível transformar comportamentos misóginos, machistas, patriarcais.

O filme tem estreia prevista pra 2023.

DIREÇÃO: Maria Schrader

ROTEIRO: Rebecca Lenkiewicz

ELENCO: Carey Mulligan, Zoe Kazan

FESTIVAL DE CINEMA RUSSO

Novidades do cinema russo já estão disponíveis gratuitamente na versão online do Russian Film Festival no Brasil.

Os cinéfilos de todo país já podem acessar gratuitamente a edição em streaming do Festival, que apresenta oito filmes russos disponíveis gratuitamente na plataforma Belas Artes À La Carte.

Para assistir aos filmes gratuitamente, é preciso se cadastrar no site Belas Artes à la Carte, clicando no botão Assinar, cadastrar-se, selecionando a opção “plano mensal”, inserir o códigoRFFMES“, e preencher os dados. O código promocional é fornecido a usuários não registrados anteriormente e é válido apenas uma vez. Observação: a assinatura é renovada, a menos que seja cancelada manualmente.

A programação do festival de 2022 inclui longas-metragens de gêneros populares entre o público latino-americano (dramas, horrores, comédias), séries e documentários. Os filmes serão exibidos em russo com legendas em português. O festival acontece na plataforma até o próximo dia 21.

 

IN-EDIT BRASIL – FESTIVAL INTERNACIONAL DO DOCUMENTÁRIO MUSICAL

De 15 a 26 de junho, tem música no cinema. A 14ª edição do IN-EDIT BRASIL – FESTIVAL INTERNACIONAL DO DOCUMENTÁRIO MUSICAL será híbrida: presencial para quem estiver em São Paulo e online no site IN-EDIT (www.in-edit-brasil.com).

São 67 filmes nacionais e internacionais, a maioria inéditos no circuito comercial. É a chance de assistir a documentários sobre Tina Turner, Marin Alsop, Delia Derbyshire, Rick James, Flaming Lips, Dinosaur Jr, Cymande, a-ha, Lydia Lunch, Thelonious Monk, King Crimson e Courtney Barnett. Tem também a Mostra Especial Heavy Metal, pra quem gosta do gênero.

Já a programação nacional traz documentários sobre Léa Freire, Sidney Magal, Belchior, o rapper Alan, Garotos Podres, Cafi, Lauri F, Tião Carreiro e Índio Cachoeira, Luiz Carlini, Benjamim Taubkin, e muito mais. Todos os filmes na Mostra Competitiva Nacional estarão disponíveis online e terão sessão presencial.

O filme de abertura é o inédito e aguardado NOTHING COMPARES, sobre a vida da polêmica cantora irlandesa Sinéad O’Connor, no CineSesc (SP).

Além dos filmes, o festival promove FEIRA DE VINIL, shows e pocket shows com Banda Mantiqueira (em homenagem a Lea Freire) , Mundo Livre SA, Black Pantera, Benjamim Taubkin, banda Test, Carline and Friends, Os Imitáveis, Garotos Podres e Alzira E., masterclass, debates, encontros, sessões apresentadas por convidados e feira de vinil.

***Toda a programação é gratuita, exceto CineSesc (de R$8 a R$24 e entrada gratuita em sessões específicas).