PALMA DE OURO EM CANNES 2015
Opinião
Difícil falar de filmes que ainda não vimos. Pra entender um pouco quem saiu ganhando neste Festival de Cannes que terminou ontem, vamos relembrar os trabalhos anteriores dos diretores e atores premiados. Assim, dá pra ter uma ideia do tempero do filme, o estado de espírito em torno do qual gira a produção
Antes de mais nada é preciso dizer que é um prazer assistir à cerimônia de encerramento. Sem enrolação e de bom tom (e gosto), teve como mestre de cerimônia o charmoso ator francês Lambert Wilson, do fabuloso Homens e Deuses e Medos Privados em Lugares Públicos.
PALMA DE OURO – Dheepan, do francês Jacques Audiard, também dos ótimos O Profeta (que levou o Prêmio do Júri em 2009 e Ferrugem e Osso, que concorreu à Palma de Ouro em 2002. Ninguém sai imune a esses dois filmes. São fortes e intensos; obras-primas. Dizem que Dheepan lembra O Profeta, pelo fato de se tratar da história de um imigrante, mas desta vez do Sri Lanka, que vai tentar a vida em Paris.
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI – Saul Fia, do húngaro Lászió Nemes. Fala da Segunda Guerra, do processo de cremação dos corpos dos judeus nos campos de concentração e da relação de um dos prisioneiros (obrigado a fazer tal trabalho) com um dos corpos que ele julga ser de seu filho. É o primeiro longa do diretor!
MELHOR DIRETOR – Hou Hsiao-Hsien, pelo chinês The Assassin. Preciso ver os filmes do diretor. O que eu posso dizer é que os chineses estão com tudo no festival, inclusive com mais um filme de Kore-Eda, Notre Petite Soeur, também dos ótimos Pais e Filhos e O Que Eu Mais Desejo.
MELHOR ATOR – Vicent Lindon, por La Loi du Marché. Adoro o trabalho de Lindon em Bem-Vindo, Mademoiselle Chambon (do mesmo diretor), A Criança da Meia-Noite, Tudo o que Desejamos, Augustine.
MELHOR ATRIZ – Emmanuelle Bercot (por Mon Roi, também diretora de La Tête Haute, que abriu o Festival); e Rooney Mara (por Carol, também atriz em A Rede Social, Terapia de Risco, Millenium).
MELHOR ROTEIRO – Chronic, de Michel Franco. Mexicano, ele é responsável pelo perturbador Despois de Lúcia, sobre o bullying, que levou o prêmio Un Certain Regard em 2012.
PRÊMIO DO JÚRI – The Lobster, dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos, que ganhou o prêmio Un Certain Regard por Dente Canino.
PRÊMIO CAMERA D’OR – La Tierra y la Sombra, do diretor colombiano César Augusto Acevedo.
PALMA DE OURO DE CURTA-METRAGEM – Waves 98, sobre a vida nos subúrbio de Beirute.

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