NERVE

Cartaz do filme NERVE

Opinião

Em tempos em que as pessoas ficam na rua à procura de Pokémons, fazendo da realidade virtual uma realidade de fato, Nerve é mais do que palpável. Vai na linha desse envolvimento maluco – e desmesurado – que as pessoas têm com as redes sociais, na busca por aprovação e pertencimento a algum tipo de grupo. Antiquada ou não, me causa estranheza o comportamento ditado pelas regras de uma não-realidade, ditada pela aparência. Mas assim é que é e Nerve toca nesse ponto profundo e discutível da construção da imagem.

Emma Roberts (também em Família do Bagulho) é Vee, uma garota insegura e reservada, que não se expõe como suas amigas, nem corre riscos. Mora com a mãe, que ainda superprotege a filha, traumatizada pela perda do filho em um acidente. Cansada de ser a boa moça, rende-se aos apelos da melhor amiga e entra no jogo da moda, Nerve. Funciona assim: você pode se cadastrar como observador ou jogador. Os observadores formam uma comunidade enorme de pessoas anônimas, que observam online todos os passos dos jogadores, que precisam superar desafios cada vez mais ousados e perigosos. Quanto mais bem sucedidos forem, mais seguidores ganham, mais dinheiro entra na conta. O par de Vee é Ian (Dave Franco, também em Vizinhos) e o difícil é saber a hora de parar.

Vee e Ian são protagonistas de uma história (baseada no livro homônimo) que conversa diretamente com o jovem, claro. É a praia deles, nasceram digitais, entendem esse universo paralelo, comunicam-se através dele e molda, daí, comportamentos. Mas é bem envolvente e dinâmico, faz parar pra pensar sobre esse limite tênue entre a vida aqui e agora e o infinito que pode ser criado do outro lado da tela. Nem sempre confiável. Aí é que mora o perigo – e a tentação.

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