HERENCIA

Opinião
Uma senhora italiana, naturalizada argentina, conhece um rapaz alemão em Buenos Aires. Ambos são estrangeiros em busca de um amor perdido na capital. Ela chega na época da Segunda Guerra; ele chega seis décadas depois. O restaurante de Olinda é onde tudo acontece, onde suas heranças culturais vêm à tona. É com base nelas que começa a amizade entre os dois.
É verdade que há ótimos filmes argentinos – veja no Cine Garimpo, na busca por países. Herencia fica na categoria de uma comédia romântica, em que há algumas tentativas de fazer graça, outras de criar situações de drama. Não causa nem uma coisa, nem outra. Apenas diverte, sem causar grandes emoções. Talvez seja porque humor não combina com a figura do alemão (Adrian Witzke), ou porque Olinda (Rita Cortese) é uma personagem previsível do tipo “senhora amargurada pela vida passada, sem perspectiva para o futuro”.
Herencia é um filme simples, com a pretensão de emocionar principalmente pela história da italo-argentina Olinda, que quer voltar a ver sua terra natal. Se emociona? Não chega nisso porque é previsível. Mas agrada pelo tema, pelos estrangeiros que se encontram e se acolhem, pela sempre possível mudança de atitude perante o mundo e as pessoas.
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