OS REJEITADOS – THE HOLDOVERS
Opinião
Embora a gente já saiba, intuitivamente, o que vai acontecer com os personagens no final do filme, OS REJEITADOS conquista o cinéfilo pelo seu recheio. Ou seja, não há surpresa porque já vimos esta narrativa do professor rabugento que vive uma experiência diferente e através dela consegue extirpar seus fantasmas e se libertar. A doçura desse filme sobre a relação entre mestre e aluno está na trajetória que os personagens fazem pra desconstruir uma fachada rígida e inflexível tida como verdade.
Isso porque OS REJEITADOS conta a história de Paul Hunham, professor de História Antiga do ensino médio de um prestigiado colégio de Massachussets. Logo será Natal e os alunos se preparam para o feriado das festas de fim de ano. Mas nem todos têm família ou casa pra voltar, e Paul, que está longe de ser um sujeito querido pelo corpo docente, é quem será responsável pelos estudantes que sobraram no colégio. Quem sobra é Angus, um adolescente que vive o luto da morte do pai e a rejeição da mãe, que casou de novo. Junto com Mary Lamb, a chefe do refeitório também escalada pra passar essa temporada gelada e solitária por lá, o feriado será cheio de descobertas.
Alexander Payne, diretor e roteirista, é responsável também por Os Descendentes, ótimo filme sobre pessoas que diante de uma dificuldade, não têm outra saída senão conviver. A convivência é fundamental aqui também pra quebrar padrões de comportamento e criar possibilidades de fazer diferente. OS REJEITADOS premiou Paul Giamatti e Da’vine Joy Randolph no Globo de Ouro pela genuína conexão que estabelecem com o espectador. Singela e divertida. Uma maneira de nos dizer que novas vivências são a chance para encerrar o que não tem mais serventia nesta vida.
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