DOSSIER 137

Cartaz do filme DOSSIER 137

Opinião

Dominik Moll contou, em seu filme anterior, A Noite do dia 12, uma história sobre a investigação de um feminicídio. Olhou de perto para a ação da polícia e como investigadores homens tendem a culpabilizar a vítima pelo simples fato de ela ser mulher.

Em DOSSIER 137, ele continua falando do funcionamento das instituições, mas também não dá solução. Observa e conta de forma metódica e processual como as coisas acontecem. O que chama a atenção é o olhar humano e complexo que ele propõe a partir do ponto de vista de Stéphanie, uma policial da IGPN, órgão encarregado de investigar casos de violência policial.

Estamos em 2018, no momento do Movimento dos Coletes Amarelos na França. Nos protestos, um garoto é gravemente ferido e Stéphanie tem que investigar a ação violenta de seus colegas.

É a atriz Léa Druker que faz o papel paradoxal da policial. Amparada por uma legislação que nem sempre faz justiça, constrói uma personagem que trabalha sempre na berlinda: se identifica tanto com a família do garoto ferido, quanto com os policiais, seus colegas de trabalho. O ponto de vista é de Stéphanie, mas será a escolha de outra mulher que vai mudar o jogo e trazer à tona a noção de responsabilidade cidadã de cada componente da sociedade.

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