Opinião

Num formato em que os atores vão falando com a câmera e dividindo suas sensações, decisões e, assim, construindo o desenrolar das histórias, o título 2 Outonos e 3 Invernos marca o tempo em que dura esse desabafo. Cinema independente francês – com seu charme nesse quesito da intimidade que se revela e, automaticamente, convida a entrar na cena. E quase a dar palpite também.

Arman (Vincent Macaigne, também em Vidas Duplas) tem 33 anos, é solteiro, quer mudanças na vida mas não sabe muito por onde começar – e é dele o personagem mais interessante. Dá de cara com Amélie no parque, sonha em encontrá-la de novo, o que acaba acontecendo na situação mais improvável. Com os amigos Benjamin e Katia, passam por 2 outonos e 3 invernos, nessa busca pelo ajuste da relação, pela manutenção da amizade, pelo equilíbrio da vida – que se desequilibra a gente não sabe nem por quê.

Filme doce, despretensioso, que tem o seu sabor. Doce e amargo, de comédia da vida privada.