21 GRAMAS – 21 Grams

Cartaz do filme 21 GRAMAS – 21 Grams
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Opinião

Diretor e roteirista têm uma marca registrada. Assim como em Babel, 21 Gramas também é composto por um roteiro fragmentado, desconstruído. Nós é que temos que montar o quebra-cabeça das histórias apresentadas sem ordem cronológica ou aparente nexo. Mas o interessante aqui, além do tema e das 21 gramas do título, é que Iñárritu (também diretor de Biutiful) e Arriaga conseguem fornecer os elementos necessários para que, inconscientemente, tudo fique claro. O semblante desgastado dos personagens, ou a sua tranquilidade, a ambientação do cenário, ou a sua degradação, são as dicas que precisamos para entender o tamanho do drama em que estão envolvidos.

Quanto pesa o sentimento de culpa? Quanto pesa a sede de vingança? Quanto pesa uma relação de amor? Quanto pesa a morte, ou melhor, a alma que se vai quando o corpo padece? Quanto pesa um beija-flor? 21 gramas. É esse o peso que Paul liberta (o sempre muito bom Sean Penn, também em Milk, A Voz da Igualdade) quando sucumbe à doença; são 21 gramas que Jack (Benicio Del Toro, também em Che – O Argentino e Che – A Guerrilha) carrega nas costas pela culpa e Christina (Naomi Watts, também em Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos, Destinos Ligados), pela vingança. A vida dos três se entrelaça após um terrível acidente, que é, para todos, um caminho sem volta.

Já falei acima e repito: adorei o roteiro rápido, instigante e cheio de suspense. O sofrimento de cada um está à flor da pele – lembra muito Babel por causa do foco na angústia do ser humano. Não dá para dizer que passa despercebido. Fiquei atenta, aguardando o desfecho, torcendo para que os corações cheios de medo, culpa e raiva se acalmassem.

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