A GAROTA DINAMARQUESA – The Danish Girl

Opinião
Muito se fala sobre a transgeneridade e é muito bom que esse diálogo seja possível. E muito se vai falar sobre A Garota Dinamarquesa abordando esse seu tema principal: a história real de Lili, uma artista plástica transgênera, que viveu nos anos 1920 na Dinamarca e que foi pioneira na mudança de sexo. E é isso mesmo. Além de lindo e delicado, o filme tem esse protagonismo importante, na pele do excelente ator Eddie Redmayne (vencedor do Oscar com o personagem Stephen Hawking em A Teoria de Tudo).
Portanto, pela qualidade cinematográfica, pela atuação da atriz sueca Alicia Vikander (também em O Amante de Rainha), pela beleza da luz, do figurino, das cores, da reconstituição da época, vale seu ingresso. Sem dúvida. Mas vale ainda mais se pensarmos naquilo que possibilitou Einar Wegener se perceber mulher, aceitar-se dessa maneira e tomar a decisão de mudar de sexo. Tudo teria sido diferente se o amor de sua esposa Gerda não tivesse sido incondicional. E aqui, dá pra ir bem longe nas questões humanas de aceitação e compaixão.
Não acho que Tom Hooper, também diretor de O Discurso do Rei e Os Miseráveis, foi conservador na sua leitura do personagem. Ele faz a escolha do tom certo, para que A Garota Dinamarquesa chegasse para o espectador com a convicção e a força que o tema merece, mas principalmente com a intensidade dessa relação humana que abraça, acolhe e faz toda a diferença.
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