A GAROTA RADIANTE – une jeune fille qui va bien
Opinião
Solar e otimista. Esta é Irene, a garota radiante que, no título original, é a garota que sempre está bem. Radiante é uma boa tradução. Irene irradia alegria e entusiasmo. Quer ser atriz e dá o sangue; se apaixona, e não mede esforços até conseguir seu objetivo.
A GAROTA RADIANTE tem um outro enfoque na Paris de 1942, sob comando alemão, em plena Segunda Guerra. Irene (Rebecca Marder) mora com a avó, o pai e o irmão, uma típica família judia, em que as artes fazem parte natural da vida. Aos poucos, a rotina vai mudando com a restrição nazista aos judeus nas escolas, no conservatório, no prédio, no emprego, na boulangerie. Mas Irene parece viver um mundo à parte e sua alegria de viver parece ser muito maior do que a tragédia que se anuncia.
Sandrine Kiberlain (atriz em Mademoiselle Chambon e As Mulheres do Sexto Andar) faz um recorte interessante neste seu primeiro filme como diretora e não filma como se aquele momento fosse passado. A luz e as cores são de uma narrativa que poderia ser de hoje, de modo que tem um ar de atualidade que me caiu bem. Claro que Paris ocupada pelos nazistas era algo mais evidente do que Sandrine escolhe mostrar no filme. Pouco ou quase nada se vê dos nazistas. Mas isso pouco importa. Os signos estão lá e já sabemos do que se trata. Tive a impressão de que estamos assistindo ao filme com os olhos de Irene. Vemos o que ela vê, o que tem também o seu frescor.
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