ÁGUAS RASAS – The Shallows
Opinião
Quando o suspense deixa você grudado na poltrona de tanta aflição e vontade de salvar o personagem, é porque o filme cumpre o seu papel. Se alguma hora achar que tem algum exagero, pouco importa. O que conta aqui é que o filme pretende ser um thriller: a surfista que é atacada por um tubarão, refugia-se em um coral sem poder voltar para a praia e luta pra sobreviver até o último momento. É filme de tubarão – simples assim.
Águas Rasas até que tem um enredo por trás, que pretende justificar todo o drama de Nancy (Blake Lively, também em Café Society e A Incrível História de Adaline): ela acaba de perder o irmão, está passando por um momento de vida difícil, não sabe se continua a faculdade de medicina e precisa se reconciliar consigo mesma. A tragédia na praia mexicana passa a ser uma provação e, logicamente, a hora da virada. Nem precisava – porque o que pega mesmo é o seu momento com o tubarão, o medo do desconhecido, o clima de tensão durante praticamente todo o filme.
Eu torci pela Nancy e mente quem diz que não vai torcer para que tudo dê certo. Filmes assim movem esse tipo de sentimento: sobrevivência na telona e na poltrona, com direito à trilha sonora de suspense – que, claro, lembra a sensação inesquecível do clássico Tubarão de 1975, de Steven Spielberg, que ainda mora no nosso imaginário.
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