ALEGORIA URBANA – Allégorie Citadine

Cartaz do filme ALEGORIA URBANA – Allégorie Citadine
Direção: ,

Opinião

Imagine-se dentro da caverna de Platão, do mito que todo mundo conhece. Acorrentados, estamos presos no fundo da caverna escura, sem acesso ao mundo real lá fora. Acontece que uma luz entra na escuridão, ilumina a parede e nele vemos sombras de pessoas que circulam do lado de fora. Pra nós, que não temos outras referências, esta ilusão é a mais pura realidade.

Imaginou? Agora imagine que a pessoa que consegue se soltar das correntes e sair da caverna é um garoto de 7 anos, na Paris de hoje. Foi assim que a cineasta Alice Rohrwacher e o artista plástico e diretor francês JR imaginaram esta releitura do mito. ALEGORIA URBANA conta essa história contemporânea da criança que se liberta, vai ver o mundo e convida os adultos a ressignificar as imagens que consumimos por aí.

Mas não pense que ela se livra do sofrimento, de uma realidade atroz. Não. Sua mãe é bailarina e ela simplesmente sai pelas ruas de Paris pra ver o mundo se transformar através dos incríveis e gigantes painéis que JR cria. Uma visão linda e poética, tanto do mito e do nosso aprisionamento mental, quanto da construção visual que acontece quando Jay passeia pela cidade luz. É como se a luz vencesse a escuridão, nessa alegoria da capacidade de enxergar aquilo que pode parecer impossível se estamos atados aos rótulos. Aos olhos de uma criança, a magia acontece. Inspirador!

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