ANTES DE PARTIR – The Bucket List
Opinião
Claro que a alma do filme está nas figuras carismáticas – e absolutamente antagônicas – de Morgan Freeman (também em Invictus, Conduzindo Miss Daisy, Winter, O Golfinho) e Jack Nicholson (O Iluminado). Como atores e como personagens. O primeiro sóbrio, austero, didático, gentil; o segundo, imediatista, explosivo, rabugento. Nessa condição e com meses de vida por causa de um câncer, eles dividem, no quarto de hospital, as mazelas, dores, decepções, a vida passada e a futura. Embora não lhes reste muito tempo, fazem uma lista do que devem fazer antes de morrer – daí o título original, The Bucket List, que perdeu essa sutileza na tradução. Seria uma “lista de pendência”. Da vida toda.
A ideia do filme é bacana – embora irreal – mas isso pouco importa. Toca o espectador (eu me incluo nessa lista), porque eles justamente constroem a amizade com base nesses planos futuros, na realização do que ainda é possível viver, na valorização do que foi vivido e no conserto do que foi mal resolvido. Contexto que fala com todos nós. Inevitável. Quem é que não tem pendências pra resolver?
Isso não quer dizer que não haja problemas com cenários falsos, com absoluta cara e maquiagem de estúdio. Não precisava, mas tudo bem. A ideia não era fazer realmente a viagem pelo mundo, nem mostrar as belezas geográficas ou concorrer a prêmios de fotografia. Mas mostrar a busca pela realização do sonho, seja ele qual for, seja a época que for. É bacana, fala da amizade, emociona.
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