O BASTARDO – BASTARDEN

Cartaz do filme O BASTARDO – BASTARDEN

Opinião

Especial 80º Festival de Veneza

Onipresente no cinema dinamarquês, Mads Mikkelsen brilha novamente em O BASTARDO, este filme que nos leva pra 1755, momento  hostil da realeza daquele país. Mikkelsen está revisitando o século 18 com o diretor Nikolaj Arcel, porque foi também protagonista de O AMANTE DA RAINHA (2012), em que faz um médico flertando com o Iluminismo que está virando a Europa do avesso.

Tudo isso pra dizer que em O BASTARDO Mikkelsen faz o papel do oficial Ludvig Kahlen, um sujeito empobrecido que também perturba os poderosos com suas ideias visionárias, por assim dizer: quer habitar e cultivar uma terra considerada infértil na Dinamarca, que pertence ao rei. Desacreditado, precisa provar que é possível plantar alimentos ali e formar uma colônia. Claro que não será uma missão fácil. O clima é atroz e a nobreza, ciumenta. Cenas de violências estão por todo o filme já que estamos falando de uma época em que cortar cabeças está na moda. Mas o foco de Arcel é o pertencimento.

Cultivar a terra é formar raízes, estabelecer-se. Construir do zero, mesmo diante das intempéries todas que inevitavelmente vão aparecer. Aqui também entram os estrangeiros, como pessoas diferentes, que precisam ser acolhidas. O estrangeiro e o nativo, que é rejeitado, mesmo sendo original da terra. Com elegância de sobra, a amorosidade que conduz a história será a costura deste belo filme, alinhavando com compaixão a violência que muitos não são capazes de superar.

 

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