Opinião

Adoráveis as damas que se reúnem para colocar o papo em dia. Amigas de longa data, todas na casa dos 80, as atrizes Eileen Atkins, Judi Dench, Joan Plowright e Maggie Smith se encontram e entregam de bandeja para o espectador a intimidade da vida – como artistas, mas principalmente como mulheres comuns.

Um deleite para quem gosta da atmosfera e sotaque britânicos, Chá com as Damas – sim, são damas condecoradas pela corte britânica pela sua contribuição ao teatro -, é de foro íntimo. Inclusive na filmagem do diretor Roger Michell (também em Um Lugar Chamado Notting Hill), que opta por uma câmera que oscila, pela naturalidade da cena e pela inclusão de falas espontâneas das atrizes – que denotam a simplicidade do set e a sua intenção de despir-se de quaisquer formalismos cinematográficos (Maggie Smith reclama do fotógrafo, que já fez fotos demais da conta).

Falando de carreira, amores e dessabores, do envelhecimento e seus desafios, do tempo que não volta e das lembranças de vidas intensas e interessantes, Chá com as Damas é memória afetiva do começo ao fim. Pincelada sempre por chá, champanhe, humor, risadas, emoção e cumplicidade. Amor entre irmãs da vida toda.