DE PERNAS PRO AR 2

Cartaz do filme DE PERNAS PRO AR 2

Opinião

Ela está de volta. Continua workaholic, visionária no campo das inovações do seu sex shop e sobretudo engraçada. Ingrid Guimarães é a cara do filme, com trejeitos que realmente arrancam boas risadas. Se me diverti? Sim, a caricatura da mulher-polvo que trabalha fora, tem o negócio próprio, não para de crescer e inovar e ainda por cima precisa dar conta de marido, filho, casa, empregada cria situações exageradas e engraçadas e, é claro, tem uma pitada de identificação com a mulherada que se vira em mil para dar conta dos recados do dia a dia.

É justamente tentando ser uma delas que Alice (Ingrid Guimarães) tem um piripaque e vai parar num spa para descansar à força. Afinal, está atolada de trabalho com a criação de um produto inovador e a possível abertura de uma loja em Nova York com sua sócia Marcela (Maria Paula) , de que seu marido João (Bruno Garcia) não tem o mais vago conhecimento. Este é o nó da sequência de De Pernas pro Ar, que levou 3,6 milhões de espectadores aos cinemas em 2011. Como conciliar trabalho e família? Como fazer o casamento dar certo respeitando as ambições e o jeito de ser de cada um?

Se me lembro bem, rolei de rir no primeiro filme. Achei criativo, irreverente, despretensioso. Importante: sem ser chulo, apesar do tema. De Pernas Pro Ar 2 me distraiu, dei boas risadas com as disputas pelo celular, as caras e bocas de Alice quando descobre que tem mulheres que conseguem, sim, dar conta de absolutamente tudo e ainda serem lindas! Mas não rolei de rir. Por que será?

O perigo dessas continuações é fazer mais do mesmo. Mesmo assim, acho que vai levar muita gente ao cinema – como aconteceu com a também divertida comédia brasileira Se Eu Fosse Você e Se Eu Fosse Você 2 – e como já está acontecendo nesta primeira semana de estreia. Mas cai em algumas bobagens como o clichê do triângulo amoroso no final, o trocadilho da palavra “fork” em inglês, uma ilustração tola no meio do filme. O diretor Roberto Santucci vai acertar na mão se não abrir a filial em Paris. Assim, Ingrid vai reinar livre, leve e solta no mundo das sex shops e conseguir partir para outra.

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