HÁ TANTO TEMPO QUE TE AMO – Il y a longtemps que je t’aime
Opinião
Juliette ficou 15 anos presa. Por causa disso, foi desprezada pelos pais e consequentemente pela irmã – ainda pequena, aprendeu a rejeitá-la. Ao sair da prisão, é justamente essa irmã que a recebe, sem fazer maiores perguntas. Agora casada, Léa hospeda Juliette em sua casa, onde vive com o marido, duas filhas e o sogro. Sabe-se desde o começo que Juliette (Kristin Scott Thomas, também em Partir, O Paciente Inglês, O Garoto de Liverpool, A Chave de Sarah) cometeu um crime, mas só no final é revelado o porquê.
Até que chegue o desfecho, são muitas as provas de amor fraternal – Léa e Juliette têm que reinventar a relação, já perdida pelo tempo e pelas circustâncias. Juliette tem que se adequar a uma vida onde cada integrante já tem sua rotina e seu papel e precisa encontrar uma razão de existir ali – o que traz à tona outro tema importante, da inserção do ex-detento na sociedade. Pano de fundo e detalhe – mas não menos importante, já que se trata de uma questão absolutamente atual – é a constituição da família de Léa, que tem duas filhas adotivas, de origem oriental. Como lidar com tantas diferenças, eis a questão.
Há Tanto Tempo Que Te Amo tem uma trilha sonora linda. As canções ajudam a compor o roteiro de solidariedade e emoção, e ajudam a firmar o caráter de não-julgamento por parte da irmã. Nobre. Mas, muito cuidado com as lágrimas… muito possivelmente, elas aparecerão.
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