Sabe filme de gente comum que tenta levar a vida da melhor maneira possível, se cercar de gente boa, amar e ser amado, fazer seu trabalho com seriedade? LOVE é um filme recheado de diálogos e de reflexões sobre casamento, amizade, sexo, encontros e desencontros — que privilegia aquela atmosfera casual, em que parece que os atores são nossos amigos e que entramos, de fato, na vida deles.
Isso porque as conversas dizem respeito ao comportamento desses tempos em que alternativas pra relacionamentos tradicionais e convenções surgem como um alento como amar sem casar (mas se quiser, casar é uma boa opção), ajudar sem ser solicitado (empatia, por favor!). Gestos e iniciativas espontâneas vão tecendo essa rede entre uma médica urologista, um geólogo, um enfermeiro e outros personagens que se descobrem nessa jornada em Oslo: o sexo casual, um encontro na balsa pela rede social de relacionamento, um diagnóstico inesperado.
O cinema escandinavo tem essa atmosfera naturalista e aqui não é diferente. Na Oslo contemporânea, o dia a dia dos personagens soa como algo corriqueiro, assim como suas dúvidas e pensamentos. LOVE faz parte de da trilogia Sex, Love and Dreams. “De alguma forma, a maioria dos filmes fala sobre isso mesmo”, disse o diretor Dan Johan na coletiva em Veneza. “Meu desafio foi falar disso de uma maneira bem objetiva.” Conseguiu e esse é o trunfo do filme.
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