MADEMOISELLE CHAMBON

Cartaz do filme MADEMOISELLE CHAMBON

Opinião

Mademoiselle Chambon é tão delicado quanto a protagonista que cede seu nome ao filme; é tão simples quanto a pequena cidade francesa que serve de cenário para a história; é tão intimista quanto o dilema que vivem Véronique Chambon (Sandrine Kiberlain) e Jean (Vincent Lindon, também em Bem-Vindo e Tudo por Ela); e tão discreto como o silêncio entre eles.

A delicadeza do filme fica por conta da música suave, tocada também por Véronique no violino, e do sentimento ingênuo que nasce entre eles, sem que haja provocação para isso. Não há insinuação de nenhuma das partes: mademoiselle Chambon não tem intenção de atrapalhar o casamento estável de Jean, nem ele de trair sua linda mulher, Anne-Marie (Aure Atika). A sutileza do filme vem do contato até amistoso que Jean e Véronique têm, a princípio porque ela é professora do filho dele. Aos poucos invade outras esferas da vida, envolve o gosto pela música, pelo contato simples do dia a dia, sem que isso necessariamente signifique relação física, nem tantos diálogos; envolve mais momentos de intenso silêncio e troca profunda de olhares.

Difícil transmitir tanto sentimento com um enredo tão simples. Fiquei tocada pela intensidade dos atores. Entrei no suspense do desfecho, sem saber para que lado torcer. Deixei que eles escolhessem – espero que tenha sido a melhor opção.

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