MÃE SÓ HÁ UMA

Cartaz do filme MÃE SÓ HÁ UMA

Opinião

Mãe só há uma, mas aqui tem duas. Inclusive, a mesma atriz para as mães biológica e adotiva. Adotiva não – sequestradora. Pedrinho foi roubado na maternidade por uma moça, que ainda roubou outra menina anos mais tarde, criou os dois como irmãos e fingiu, a vida toda, que a família era normal, como qualquer outra. Os pais biológicos não sossegaram, procuraram os filhos a vida toda, desmascaram a moça-mãe-sequestradora, que vai presa e tem que entregar os filhos para os pais verdadeiros.

Então, mãe aqui tem duas e a atriz é uma só. Curioso e quase imperceptível, tamanho é o envolvimento com o drama do adolescente que está em plena experimentação sexual, vive os conflitos da idade à flor da pele e diz ter sido roubado duas vezes.

Depois do ótimo Que Horas Ela Volta?, Anna Muylaert lança esse drama baseado em história real, que traça um contorno do convívio familiar (assim como no filme com Regina Casé, com maestria), faz uma cartilha dos padrões de comportamento esperados pela sociedade e pela classe média, das difíceis escolhas da adolescência e da construção do afeto. Em se tratando de afetividade, menos discurso é mais atitude. Não dá pra sair ileso, o melhor de seus filmes, sem dúvida.

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