MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO – Bridesmaids

Cartaz do filme MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO – Bridesmaids

Opinião

Antes mesmo de começar a escrever, já tenho a impressão de que esta coluna será um desabafo. Nada trágico – até porque o tema não permite. Pelo contrário, cômico, considerando todo o exagero de Missão Madrinha de Casamento, em cartaz nos cinemas. Mas pensando bem, não dá para não exagerar quando a alma feminina está em xeque, com os nervos à flor da pele, bem no momento de subir no altar. Este é aquele típico filme caricato, é verdade, mas também é preciso dizer que nós, mulheres, vestimos a carapuça e vamos rindo por dentro das situações única e exclusivamente femininas. Afinal, quem mais seria capaz de passar pela ‘crise-de-ciúme-da-melhor-amiga’ senão nós mesmas?

Não dá pra dizer que esse é um comportamento típico da adolescência – acho que nunca deu. Até hoje, com a adolescência já no século passado, acho engraçada a denominação ‘melhor amiga’ entre adultos. Hoje as meninas usam até a expressão best friends forever, com direito à consagrada abreviação BBF e vários apetrechos­ com os dizeres mágicos. Mas entre adultos, acho bem curioso. Chega uma fase da vida que conseguimos (o que é um luxo!) juntar algumas grandes e eternas amigas. Cada uma para um momento – ou para todos ao mesmo tempo – e fica claro que a ‘melhor amiga’ já não se encaixa no contexto dos anos em as amizades foram sendo solidificadas.

Mas, devaneios à parte, o que interessa aqui é que esse ciúme todo vem à tona no filme justamente no casamento da ótima Lilian (Maya Rudolph). Sua amiga de infância Annie (a divertida Kristen Wigg) vive um péssimo momento, perde o emprego, fica sem dinheiro e sente-se arrasada quando é preterida por Lilian, que se encanta com uma amiga nova, prestativa, bonita e rica. As situações são engraçadas, embora muitas vezes previsíveis, pelo exagero na preparação do casamento e por essa típica situação feminina da ‘sobreposição-de-melhores-amigas-de-acordo-com-a-fase-da-vida’. Para mim, tem sabor de sátira – principalmente porque sempre achei muito curioso esse costume americano de que as madrinhas têm que vestir roupas iguais no casamento. É quase uma tentativa, no mínimo esquisita, de igualar o inigualável. É verdade que não vivemos sem as amigas, mas com cada uma delas a história é única.

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