MOONLIGHT – SOB A LUZ DO LUAR – Moonlight

Cartaz do filme MOONLIGHT – SOB A LUZ DO LUAR – Moonlight

Opinião

A divisão de Moonlight em três partes ajuda a envelopar a história do menino negro que pena com o bullying na escola e sofre com a mãe viciada em drogas, que vira adolescente retraído e pouco afetivo, que se torna um adulto seco e frio, mas que, lá no fundo, nutre uma ternura perdida pela vida.

Com a dureza própria do mundo em que a lei da rua prevalece, Moonlight, vencedor do Globo de Ouro na categoria melhor filme drama e de três Oscars – melhor filme, roteiro adaptado e ator coadjuvante para Mahershala Ali –, reserva algumas pérolas de solidariedade e compaixão que dão ao ele um equilíbrio quase que agridoce. Ao mesmo tempo que mostra a realidade nua e crua da infância abandonada pela figura materna, das amizades perdidas e não conquistadas, da ausência do pai, da devastação que causa o mundo ilusório das drogas, dos estragos que produz o bullying bem conduzido, o filme tem um bonito resgate do carinho que se dá sem pedir nada em troca, da amizade verdadeira que não tem tempo ou espaço, do poder do perdão sincero. Para se emocionar e pensar na diferença que faz a tomada de atitude.

Moonlight é econômico ao contar a história de Chiron. Não diz mais do que precisa, mostra a realidade hostil dessa periferia de Miami que judia, castiga e reserva poucas opções para a criança criada no mundo das drogas. Mesmo sendo seco, o que o diretor Barry Jenkins consegue é fazer transbordar afeto e amizade – mesmo onde não havia solo fértil. Sublime!

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