O RAPTO – Le Ravissement

Cartaz do filme O RAPTO – Le Ravissement

Opinião

Lydia transita por Paris de um modo que já mostra uma solidão urbana. É como se a lente da diretora Iris Kaltenbäck já fosse nos mostrando que algo não vai bem no íntimo, que o cenário da selva urbana vai levar a personagem também para um vazio interno. Lydia é parteira, acaba de terminar um relacionamento amoroso, mas conta com uma melhor amiga, a Salomé.

O momento que gera o conflito do filme é quando Salomé engravida. Lydia, como parteira, é quem conduz o parto da criança e a partir daí a confusão mental se instala e a rede de mentiras vai tecendo uma relação dissimulada onde havia amizade; uma atitude mentirosa, onde havia o vazio.

Inspirado em uma história real que a diretora Iris Kaltenbäck leu no noticiário francês que dizia que uma jovem havia pego “emprestado” o filho da melhor amiga, o título O RAPTO já denuncia o que está prestes a acontecer. Mas isso não estraga o suspense que é criado pela força e fragilidade transmitidas pela atriz Hafsia Herzi.

Quem narra é Milos, um sujeito por quem Lydia está interessada e vai se tornar peça chave da estratégia desesperada de preencher aquele vazio que já citei acima.

As reflexões são muitas, inclusive aquela que diz respeito a amizades abaladas com a chegada dos filhos. As prioridades mudam, a saúde mental é afetada e a vida dá uma reviravolta. Com o bônus pro final aberto (que eu adoro), com possibilidades de pensar sobre o que vem depois que nada sobrou.

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