OCEANOS – Océans

Cartaz do filme OCEANOS – Océans

Opinião

“Realidade pálida de uma diversidade que não existe mais.” – comentário sobre aquários e zoológicos

 

É assim que o narrador desse espetacular documentário sobre os oceanos do planeta Terra define o conhecimento que temos das vidas que não vemos. Pálido. Daquelas tantas, inúmeras e indizíveis que habitam os mares, muitas das quais já desapareceram. Daquelas que talvez só estejam disponíveis nos aquários e zoológicos, ou em museus, empalhados. É através dessa realidade pálida e montada que a maioria de nós tem a ínfima noção de seus movimentos, sua harmonia, sua cor. Em Oceanos, os diretores Jacques Perrin e Jacques Cluzaud nos transportam para águas reais e vivas, mostrando imagens simplesmente espetaculares das criaturas marinhas nos quatro cantos dos mares.

É para quem gosta de documentário, claro. Mas indico, principalmente, para quem gosta de natureza. Toda vez que me deparo com imagens como as de Oceanos, em que um leão-marinho é acariciado pela mãe, em que um tubarão abocanha uma foca, em que os cardumes de peixes formam verdadeiros balés, pergunto-me quem é que foi capaz e paciente o suficiente para esperar o momento certo e captar a imagem tão esperada. São essas pessoas que tiram a palidez da visão limítrofe que temos do fundo do mar e nos abrem o horizonte para conhecer uma gota de tamanha grandeza.

Oceanos tem fotografia, proposta e roteiro (não é monótono, aviso de antemão) impecáveis. Praticamente uma poesia em imagens. Sem deixar de questionar a tão falada e discutida questão do meio ambiente. Mas, mais do que ser alarmista, esta produção francesa ressalta e enaltece a beleza, a diversidade e a harmonia que ainda existe.

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