Opinião

Quem não se lembra dos desenhos animados em que os personagens eram feitos de massinha de modelar? Piratas Pirados é algo parecido, só que muito mais sofisticado. Claro, junto com antiga técnica de stop motion, em que cada quadro é fotografado separadamente e depois montado numa película para dar a sensação de movimento, está a tecnologia digital (Coraline e o Mundo Secreto também é feito com essa técnica e o resultado é surpreendente). O que se vê na tela aqui é um trabalho minucioso, colorido e muito criativo.

Além de divertido. Os piratas do títulos fazem parte do bando do Capitão Pirata, um sujeito atrapalhado, que quer ganhar o título de Pirata do Ano, mas não tem competência para isso. As confusões acabam levando-o a vender seu mais precioso mascote para a rainha Vitória – tudo por um título de “nobreza” e muito ouro. No meio de toda a aventura por Londres de meados do século 19, alguns personagens são direcionadas aos adultos, como o cientista Charles Darwin e a própria rainha. As piadas são boas e é impossível não identificar algumas pérolas como as invenções dos cientistas no concurso e as observações do astuto macaco.

Vale lembrar que além de aventura e diversão, Piratas Pirados fala do tema já explorado, mas nem por isso menos importante, do valor da amizade e do afeto, que muitas vezes é colocado de lado em prol dos ganhos de prestígio, status e bens materiais. Em tempos de consumo desenfreado, a mensagem cai como uma luva.