PRISCILLA

Cartaz do filme PRISCILLA

Opinião

Especial 80º Festival de Veneza

Priscilla Presley, esposa de Elvis, esteve em Veneza na estreia mundial do filme em que Sofia Coppola a retrata lindamente. Ela não estava na mesa na hora da entrevista, mas foi feita uma pergunta a ela. “Qual parte do filme foi mais emocionante pra você?” E ela concordou em responder. “A cena final.”

Não é spoiler dizer o que o mundo já sabe: Priscilla conheceu Elvis quando era uma adolescente de 14 anos e ele já um cantor famoso e ídolo consagrado de 24, com todas as mulheres do mundo aos seus pés. O filme Elvis, de Baz Luhrmann (2022) também traz essa cena. Com as recorrentes traições, o relacionamento esgotado e  um marido dependente químico, Priscilla reuniu forças e o deixou. “O filme é sobre uma jovem mulher que precisa encontrar a própria luz”, diz a atriz Cailee Spaeny, que a interpreta. Ficar é a lógica diante da magnitude  e magnetismo de Elvis; ir embora é a coragem de se distanciar do relacionamento tóxico. Só o amor não é suficiente.

Baseada na autobiografia de Priscilla, Sofia Coppola faz um retrato humano desta garota que conhece Elvis quando morava com os pais na Alemanha, perto da base militar onde ele servia. Eles se casam, carreira artística dele bomba ainda mais e ela fica isolada em Graceland. Isolada e sem identidade. O recorte de Sofia retrata o amor, mas ressalta em alto e bom tom o abuso psicológico e físico intolerável. Um olhar que a diretora faz questão de imprimir linda e elegantemente em suas obras.

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