Opinião

QUANDO A LUZ ARREBENTA tem esse título que remete à uma grande explosão — mal explicada, por sinal, mas que despedaça corações e causa um grande estrago também interno. Muitos mortos e feridos, entre eles um personagem que será o gatilho para o luto neste filme islandês. Aliás, a Islândia está presente na natureza, nas cores, no comportamento do grupo de jovens que é a nossa conexão com a dor da perda.

Vemos a história através do olhar de Una, uma jovem universitária, que se apaixona por Diddi, mas eles vivem um amor proibido. Quando acontece o acidente, Una não se permite sentir a dor que realmente sente. O amor era velado, a dor também precisa ser. Contemplativo e delicado, constrói esta necessidade de vivenciar o sofrimento como viés de cura de uma dor que não passa, ao mesmo tempo que não apela para o excesso de drama. Vai encontrando soluções, assim como Una vai se permitindo, aos poucos, depositar em outros ombros este momento delicado.