RODA GIGANTE – WONDER WHEEL
Opinião
Woody Allen tem uma marca registrada que se repete em todos os seus filmes: créditos no começo, trilha jazzística, personagens em crise, relacionamentos que se estranham, narrativa em off. Embora isso se repita, Allen normalmente consegue trazer algo novo. Gosto bastante de Café Society, seu penúltimo filme. Gosto mais ainda de Homem Irracional, e muito mais de Blue Jasmine, Meia-Noite em Paris, Vicky Cristina Barcelona e Match Point. Da sua safra dos anos 200o, são meus quatro favoritos.
Roda Gigante não sai muito do lugar, não conta com o irreverente. O que tem de bom aqui é Kate Winslet, no papel da dona de casa que teve um amor, um filho com ele, se separa, casa de novo com alguém que dê segurança, mas se apaixona por um homem mais jovem (isso é novidade) que, por sua vez, vai se apaixonar por sua enteada, que vive escondida do marido-gângster, que quer matá-la. Ou seja, roda, roda, roda e não sai do lugar – apensar de Kate ser uma grande atriz. Porque se fosse depender de Justin Timberlake, ficaria pior.
O bom do jeito Woody Allen é a sinceridade e ironia que vem com seus diálogos. Aqui não há nada de novo. Aos 82 anos, já tem outro filme pra 2018. O cara é incansável, verdade. Mas vou torcer pra vir um outro olhar – ou voltar aquele mais afiado!
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