Opinião

Contrariando o que dizem por aí, dá sim para assistir a Se Eu Ficar e não pensar em A Culpa é das Estrelas. O ponto em comum além da questão morte, é o fato do grande filão adolescente. E aí podemos ir para os diversos filmes apocalípicos de ficção científica, estilo Jogos Vorazes, Divergente, Maze Runner: Correr ou Morrer, e por aí vai. São formatos que atraem o público jovem, seja o romântico ou o aventureiro. Portanto, é só uma repetição do gênero, que sempre existiu e traz elementos que fazem parte dessa fase.

Se Eu Ficar tem essa pegada de romance perfeito, dos opostos que se atraem – o roqueiro e uma violoncelista. Chloë Grace Moretz (também em Carrie, A Estranha, A Invenção de Hugo Cabret) é Mia, uma garota tranquila e superligada à família, que toca violoncelo e sonha conseguir uma vaga na famoso Julliard, de Nova York. Adam já é formado, tem uma banda, viaja em turnês e se encanta com Mia – esse encanto jovem do “amor à primeira vista”. Acontece que o destino pega todos de surpresa: Mia e a família sofrem um acidente e ela fica entre a vida e a morte. Precisa decidir ir embora ou ficar.

Em flashbacks, Mia narra como foi sua relação com Adam, como era o convívio familiar e quais eram seus sonhos como música. Tem o apelo do drama todo, da alma que enxerga seu corpo deitado na cama do hospital e do sofrimento das pessoas ao redor. Mas tem a contrapartida do romance e da música, sempre presente, já que seus pais também eram musicais. Aqui o diretor encontra um equilíbrio bom, com frases de efeito que farão muita gente chorar no cinema. E daí que emociona? Não tem problema, sinal de que a fórmula funciona. E mais: de que o casal jovem tem liga e convence. Assim como A Culpa é das Estrelas. Talvez nesse ponto se pareçam. Ainda bem, é no ponto positivo.

DIREÇÃO:  R. J. Cutler ROTEIRO: Shauna Cross, Gayle Forman ELENCO: Chloë Grace Moretz, Mireille Enos, Jamie Blackley | 2014 (107 min)