SNIPER AMERICANO – American Sniper

Cartaz do filme SNIPER AMERICANO – American Sniper

Opinião

O elenco é ótimo; o tema, atual e interessante; a edição, o som e o roteiro adaptado, caprichados – e tudo isso concorre ao Oscar no dia 22. Mas o que realmente salta aos olhos e faz a gente ficar boquiaberto diante do franco-atirador (ou atirador de elite) é o olhar por trás das câmeras. Aos 84 anos, Clint Eastwood é impecável (veja aqui lista de filmes do diretor).

Você pode até achar que é mais um filme de guerra. Não é. Corações de Ferro, em cartaz com Brad Pitt, até se encaixa nessa prateleira. Mas Sniper Americano é diferente. Há quem diga que se trata de mais uma produção ufanista, mais uma supervalorização do soldado americano como o salvador da pátria – e do mundo. Mas não acho que seja um filme-propaganda – mesmo porque não fomos salvos, os ataques terroristas continuam acontecendo e quem vai para a guerra volta mais destruído do que se poderia imaginar.

Bradley Cooper faz o seu melhor papel na pele de Chris Kyle, o ex-caubói que, ao ver as Torres Gêmeas despencarem em 2001, alista-se no exército e é escalado para o treinamento do batalhão especial SEAL – soldados treinados para agir por mar, terra e ar. Destaca-se na pontaria e vai para o front no Iraque (sim, deveria ser Afeganistão, por causa do 11 de setembro, mas não vamos discutir com Eastwood). Já casado e pai de dois filhos, vive os horrores da guerra e da responsabilidade de decidir matar quem quer que colocasse a vida dos soldados americanos em risco. Mesmo que esse alguém fosse uma criança.

Kyle é  considerado um herói e um grande atirador (responsável por 160 mortes), mas paga um preço alto por isso. Casado e pai de dois filhos, vive atormentado com a guerra, que deixa difíceis sequelas. Embora tenha o viés do heroísmo americano, Sniper é um filme de combates: interno, quando ele decide enfrentar suas memórias, ajudar os veteranos e assim curar suas feridas; e externo, nas emboscadas, nas cidades cobertas por tempestades de areia e na morte dos amigos. O clima é tenso, emocionante e real. Taya Kyle que o diga.

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