UMA FAMÍLIA FELIZ

Cartaz do filme UMA FAMÍLIA FELIZ

Opinião

Algo não vai bem em UMA FAMÍLIA FELIZ.

Eva e Vicente moram em um condomínio de classe média com as filhas gêmeas, um terceiro filho está prestes a chegar e tem tensão no ar. O bebê nasce, um dia as crianças aparecem machucadas e Eva é a principal suspeita.

Baseado na história original de Raphael Montes (também de Bom dia, Verônica), vamos ao que funciona e ao que não vai bem nesta família (in)feliz.

Funciona:

  • Oferecer ao público um filme nacional de suspense psicológico; um thriller, que explora temas relevantes como a pressão social, o cancelamento das redes sociais, as sobrecargas que vêm com maternidade, o puerpério, a desvalorização do trabalho da mulher, o questionamento da sua sanidade mental; não só é válido, como temos ótimas histórias pra contar;
  • Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini têm liga; representam bem este casal que parece perfeito, mas que já apresenta comportamentos estranhos, sutilmente manipuladores e explicitamente controladores; personagens ambíguos, difíceis de ler; gosto disso;
  • Começar pelo fim; mas a cena depois dos créditos é a que realmente fecha a trama.

Não funciona:

  • A construção ao redor dos temas redes sociais, cancelamentos, padrões de comportamento “perfeitos” constrói estereótipos de convívio e consumo tão escancarados que chega a ser enjoativo;
  • não funciona (nem é crível) o desfecho, muito menos o psicológico de Eva;
  • embora o sadismo seja componente fundamental na malvadeza humana, é inconsistente e não cumpriu o papel de me instigar; tem suspense, mas não produz emoção — se é que você me entende.

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