5 X FAVELA – AGORA POR NÓS MESMOS

Cartaz do filme 5 X FAVELA – AGORA POR NÓS MESMOS

Opinião

Cinco jovens cineastas de classe média filmaram a favela em 1961, projeto também chamado 5 X Favela. Entre eles estava Cacá Diegues. Agora, Diegues volta como idealizador do projeto, capacita jovens moradores das favelas do Rio de Janeiro, coloca-os em contato com profissionais do gabarito de Fernando Meirelles, Walter e João Moreira Salles, Daniel Filho e produz, junto Renata Almeida Magalhães, 5 X Favela – Agora por nós mesmos. Foram 84 jovens selecionados, de 603 que se inscreveram, para participar da produção e roteirização dos cinco episódios. O ponto de vista, agora, é de quem mora lá, de quem vivencia a realidade da favela. Que fique bem claro que o filme não é sinônimo de violência. Afinal, a favela é uma pequena grande cidade que tem vida própria e, portanto, muita história da vida cotidiana para contar. E essa é a grande riqueza do filme.

Os cinco episódios falam de questões de natureza humana, de convívio entre as pessoas. Passa pela história do garoto que sonha em dar um frango de aniversário para o pai, por que há tempos não se como carne em casa, até o episódio do moço da companhia elétrica que precisa consertar a luz de uma parte do morro na noite de Natal e acaba se integrando com a comunidade; fala da amizade entre adolescentes que moram em partes rivais da favela, conta a passagem da violinista que envolve sua música e sua família num amor bandido; fala do sonho em estudar, da dificuldade de concluir a faculdade e da tentação do dinheiro fácil.

5X Favela – Agora por nós mesmos tem sensibilidade, graça e realidade. Grande vencedor do Festival de Paulínia, exibido em Gramado e também em Cannes para o circuito internacional, tem um pouco da alma da criança, da esperança e possibilidade do jovem, do amor adolescente, do espírito fraterno, da ingenuidade infantil, da maldade inerente ao ser humano, mas não inerente à favela. É essa a relação que o filme quer mostrar.

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