A CHAVE DE SARAH – Sarah’s Key

Cartaz do filme A CHAVE DE SARAH – Sarah’s Key

Opinião


Diante de tantas histórias, relatos, filmes, documentários sobre o Holocausto, difícil criar algo novo no cinema  que emocione real e profundamente de uma maneira singular. Por isso, digo sem medo de errar: A Chave de Sarah tem uma história forte e emocionante, um elenco talentosíssimo e transita entre passado e presente, dando o ritmo de suspense e descoberta, que são a alma deste filme.

Produção selecionada para a abertura do 15º Festival de Cinema Judaico exibido em agosto passado em São Paulo, tem um elenco liderado pela espetacular Kristin Scott Thomas (também em Há Tanto Tempo que Te AmoPartirO Paciente InglêsO Garoto de Liverpool), no papel da jornalista Julia. Também conta com Niels Arestrup (também em O ProfetaO Escafandro e a BorboletaDe Tanto Bater Meu Coração Parou) e Gisèle Casadesus (também em Minhas Tardes com Margueritte) – claro que isso faz toda e qualquer diferença na naturalidade e segurança da atuação, e consequentemente no envolvimento que nós, espectadores, temos com o filme. Neste caso, confesso que é total.

Pautada para desenvolver uma matéria sobre a prisão em massa de judeus no velódromo de Paris, o Vélodrome d’Hiver (apelidado de Vel d’Hiv), pelo governo colaboracionista francês em 1942, Julia começa sua apuração e se envolve com o caso mais do que poderia imaginar. Naquela ocasião, mais de 13 mil judeus foram presos e depois deportados para os campos de concentração, entre elas a família de Sarah, moradora do bairro parisiense do Marais, cuja vida vai ser a espinha dorsal de toda a história.

O que acontece entre Sarah (Mélusine Mayance, também em Ricky) e Julia é um entrelace tão doloroso quanto profundo, capaz de alterar o rumo de várias vidas. Além de me emocionar pelos horrores da guerra e das perdas, A Chave de Sarah me tocou profundamente pelo poder que tem o desvendar de uma história perdida no tempo, de uma verdade mascarada, de uma vida pouco conhecida. Se eu disser algo mais, caio inevitavelmente no sentimentalismo, que não é em absoluto o foco do filme. Esta produção é extremamente humana e tocante e não nos deixa sair do cinema ilesos.

Estreia nos cinemas dia 18 de novembro.

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