A SINDICALISTA – La Syndicaliste

Opinião
Se você conhece a história de Maureen Kearney, já sabe que bem chumbo grosso pela frente. Eu não conhecia. A gente sabe que tem sido assim, mas sempre impressiona a comunicação violenta, o abuso psicológico e físico do universo corporativo machista.
Em A SINDICALISTA, Maureen Kearney é representante sindical na Areva, empresa francesa líder mundial no setor de energia nuclear. Em 2010, ela descobre que há um acordo sigiloso e camuflado com os chineses. Ela bota a boca no trombone porque sabe que isso significará demissões de trabalhadoras já em condições desfavoráveis de trabalho — e que, verdade seja dita, ninguém tá nem aí pra isso.
Maureen provoca os líderes da empresa, os lobistas e políticos interessados nos acordos com sua atitude destemida. Até que é atacada. A segunda metade do filme é sobre esta mulher que tem a vida devassada pela violência, a intimidade violada, a palavra desacreditada.
Ela enfrenta homens no comando da empresa, da política, da medicina, da polícia, que a humilham, que abusam dela fazendo com que duvide dela mesma.
A SINDICALISTA traz a realidade da mulher que é mal assistida por autoridades machistas e misóginas, por executivos sem escrúpulos, mas também por almas que enxergam a crueldade e se arriscam pra quebrar padrões. Investigativo e instigante. E Isabelle Huppert é sempre uma bela companhia na telona.
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