HOLY SPIDER

Cartaz do filme HOLY SPIDER

Opinião

HOLY SPIDER tem este nome porque é inspirado nos assassinatos cometidos por um serial killer no Irã, entre 2000 e 2001, conhecido como “Spider Killer”. Obcecado pela ideia de limpar a cidade iraniana de Mashhad do pecado, Saeed Hanaei matou 16 prostitutas em nome de Alá.

O filme é o escolhido da Dinamarca para concorrer ao Oscar de Filme Internacional em 2023 — o diretor Ali Abbasi (também do estranho Border) é iraniano naturalizado dinamarquês. Por razões óbvias de perseguição política e censura, ele não consegue filmar no Irã e as locações são na Jordânia. Oportuno, este filme, tendo em vista as prisões, assassinatos e protestos que têm ocorrido no país nos últimos meses, após uma jovem ter sido morta pelas autoridades por não usar devidamente o véu.

Tudo isso pra dizer que, aos amantes das histórias de true crime, esta é de arrepiar. O serial killer mata e nós, espectadores, acompanhamos os crimes. Sabemos quem ele é, como ele age. É pai de família, ao mesmo tempo em que é assassino. A trama se desenvolve sob o olhar e os passos arriscados de Rahimi (Zar Amir-Ebrahumi leva o prêmio de melhor atriz em Cannes),  uma jovem jornalista que não sossega até descobrir sua identidade e puni-lo.

Num país machista, em que a misoginia e o feminicídio são lugares comuns, em que mulheres são sempre culpadas, condenar à forca um homem por ter matado uma mulher exige determinação em dobro. O suspense é de arrepiar.

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