CRASH – NO LIMITE – Crash

Cartaz do filme CRASH – NO LIMITE – Crash

Opinião

Conflito, colisão, atrito, colapso. Crash é isso e muito mais. Há alguns filmes que ganham subtítulos em português absolutamente desnecessários. “No Limite”, neste caso, é um deles, porque tenta dar significado à palavra inglesa “crash”, caso alguém não entenda. Não gosto da combinação. Mas gosto só de “No Limite”, porque é exatamente assim que estão todos os personagens do filme: a ponto de explodir, só falta alguém que risque o fósforo.

O estopim de Crash – No Limite, que levou o Oscar de melhor filme em 2006, é o racismo. Eu já tinha visto e mesmo assim voltei a me impressionar com a maneira forte, cruel e realista com que o tema ‘preconceito’ é abordado. Dói, de tão real. Seguindo aquele formato de filme em que várias histórias de vida que se cruzam, o racismo permeia todas elas a ponto de determinar o fim de um relacionamento, a revisão de um casamento, a morte, a reinvenção de uma forma de viver. Racismo e preconceitos que abalaram o mundo depois do 11 de setembro de 2001 e que é discutido aqui como causa e consequência não só de desastres de proporções mundiais, mas também de atitudes corriqueiras do dia a dia.

Os relacionamentos superficiais e a falta de comunicação entre as pessoas serviu de inspiração para criar personagens que despejam suas frustrações, infelicidades, preconceitos raciais  e sociais contra negros, tatuados, árabes, pobres, latinos, ricos de maneira inconsequente, egoísta e extremamente agressiva. Crash abre a infindável discussão sobre a sociedade e a insatisfação permanente do ser humano, mas também fala da incrível capacidade de, apesar de tudo, repensar e reestruturar as relações. O roteiro é muito bem construído e amarrado e não tem a pretensão de concluir nada. Simplesmente constata a fraqueza e imaturidade do ser humano e da nossa sociedade. A gente veste a carapuça, é verdade. É daqueles filmes que terminam e a gente ainda fica diante da televisão digerindo o assunto, sem saber o que dizer.

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