LADY BIRD – A HORA DE VOAR

Cartaz do filme LADY BIRD – A HORA DE VOAR

Opinião

Greta Gerwig é a cara do atual cinema indie americano do momento. Merecido. Filmes como Frances Ha, Mistress America e O Plano de Maggie podem causar um estranhamento em quem gosta de narrativas mais tradicionais, mas é pra ser diferente mesmo. Tem uma pegada de cotidiano, de lugares comuns, de questionamentos triviais a que este cinema se propõe – e Greta veste essa camisa como ninguém. Tem um jeito distraído, beira o nonsense, meio blasé, como se dissesse não-sei-a-que-vim-mas-sou-feliz o tempo todo. Tem um jeito engraçado.

Lady Bird – A Hora de Voar é seu primeiro projeto solo como roteirista e diretora. Fala do assunto que sempre vai render filme: o rito de passagem da adolescência pra vida adulta, o encontro com o jovem adulto que mora dentro do inconsequente e confuso adolescente e todas as dificuldades que vêm com esse necessário encaixe. Saoirse Ronan (também em Brooklin) é Christine, ou melhor Lady Bird, uma garota que sempre discorda da mãe, vai para um colégio católico no colegial sem ser religiosa e não se conforma em morar em Sacramento. Deslocada e irreverente, tenta se encaixar na escola, fazer amizades e encontrar seu lugar na profissão e na vida.

Sim, é a hora de voar, ir pro mundo. Apesar de alguns diálogos interessantes, Lady Bird não decola. Não oferece um olhar diferenciado – falar do lugar comum com sabor sutilmente apurado é tarefa difícil. Isso não quer dizer que seja ruim, mas deixou um gosto de o-que-mais, que não apareceu. Honesto – mas Greta não é dessas de ficar no olhar comum. Por enquanto, prefiro quando ela do lado de cá da câmera, prefiro o olho no olho.

 

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