MISS MARX

Cartaz do filme MISS MARX

Opinião

Enérgico, como o punk rock. É assim que a italiana Susanna Nicchiarelli retrata a filha caçula de Karl Marx, Eleonor. Misturando a energia pungente da música na narrativa do final do século 19 faz pensar na força feminina sufocada e reprimida. Que sai como um corpo que grita.

Em Miss Marx, Eleonor batalha pelos direitos dos trabalhadores e das mulheres, pelo fim do trabalho infantil. Sobe em palanque, diz o que pensa, embasa seu pensamento na teoria do pai de que a mulher foi privada do direito de liberdade, assim como os trabalhadores foram privados dos benefícios da sua produção. Era ativista sindical e tradutora. Vive com Edward Aveling, um homem com quem não casa de fato e que não esconde a sua infidelidade. Apesar de seu brilhantismo no engajamento político e no posicionamento de vanguarda, é o relacionamento conturbado que a desestabiliza, a ponto de levá-la ao suicídio.

Visualmente primoroso, Miss Marx é um retrato dessa mulher à frente de seu tempo, um personagem e tanto.

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