MUNIQUE: NO LIMITE DA GUERRA – Munich: The edge of war

Cartaz do filme MUNIQUE: NO LIMITE DA GUERRA – Munich: The edge of war

Opinião

Foi o primeiro-ministro Neville Chamberlain quem assinou o famoso Acordo de Munique com a Alemanha, em 1938. Como o tratado, Hitler, que já dava evidências incontestáveis de autoritarismo e expansionismo na Europa, teve permissão pra anexar um território da antiga Tchecoslováquia, sem nem se dar ao trabalho de perguntar. Invadiu a Polônia em seguida e a guerra estava armada.
 
Com o gesto que mais pareceu pouco caso por parte do líder britânico, Hitler ganhou carta branca pra tirar seus planos no papel. Chamberlain (Jeremy Irons, morno assim como seu personagem) era fraco demais pra liderar o Reino Unido e caiu em seguida. Churchill veio depois e fez a diferença.
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Portanto, aos olhos dos ingleses, MUNIQUE: NO LIMITE DA GUERRA é uma tentativa inglória de tirar a responsabilidade de Chamberlain por ter sido, no mínimo, omisso naquela ocasião. Acreditou nas palavras do Führer de que ele não faria a guerra.
 
Tudo isso pra dizer que MUNIQUE: NO LIMITE DA GUERRA é um bom entretenimento pra quem gosta desse pano de fundo de conflito. Mas não é sobre espionagem – porque os dois protagonistas, o oficial inglês e o diplomata alemão, que tentam alertar o primeiro-ministro sobre o plano diabólico de Hitler, são amadores como espiões. É sobre o drama pessoal desses amigos de faculdade, que voltam a se encontrar neste momento tenso e tentam mudar o rumo da história.
 
Eles não existiram na realidade. O filme é inspirado no livro “Munique”, de Robert Harris, que cria esse drama paralelo naquele evento fatídico. Lendo o que a imprensa da Inglaterra achou do filme, dá pra sentir que os jornalistas se irritaram. Deixam claro que está todo mundo cansado dos moradores da Downing Street e das referência elitistas à Oxford e Cambridge. Como se isso bastasse pra fazer uma grande nação.
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