O BANHEIRO DO PAPA – El Baño del Papa

Cartaz do filme O BANHEIRO DO PAPA – El Baño del Papa

Opinião

Todo mundo já passou por aquelas situações tragicômicas, em que é mehor rir para não chorar – mesmo porque chorar não resolve nada. Tive essa sensação ao ver O Banheiro do Papa. Ao mesmo tempo em que Beto não tem sorte, faz coisa errada, cria desilusões, põe tudo a perder, não perde o bom humor, a esperança, o otimismo e principalmente a criatividade. Tem gente que é mesmo assim, parece comédia da vida real. Quem tem esse dom, está com sorte. Passa pelas dificuldades da vida com sequelas menos profundas.

Beto mora em Melo, uma cidade uruguaia pobre, perto da fronteira com o Brasil. Como acontece em vários pontos, aqui também os habitantes fazem do contrabando de quiquilharias e produtos dos mais variados sua fonte de renda. Beto é um deles: vai buscar em Aceguá, em uma bicicleta velha, as encomendas dos mercadinhos locais. Enlouquece Carmem e Silvia, mulher e filha respectivamente, com suas tramóias, confusões, bebedeiras e decepções. Mas sonha em arrumar a vida da família, principalmente da filha que quer estudar jornalismo em Lima.

Sua sorte – ou azar – é que ninguém menos que o Papa passará por Melo. A comunidade se mobiliza para vender comida para os peregrinos brasileiros que virão e Beto tem a brilhante ideia de fazer um banheiro. Afinal, depois de comer, vão precisar. Mas, as previsões do número de visitantes passam ao largo da realidade e Beto e seus compatriotas ficam a ver navios. Curioso o trecho dos preparos da comilança – como a calma e a razão fazem falta…

Em se falando de América Latina e da realidade desses povoados pequenos, sem recursos e sem emprego, é um retrato muito interessante. Ainda mais porque tem humor, o que faz o contraponto inteligente e divertido com o desespero da situação.

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