O DONO DO JOGO – Pawn Sacrifice

Cartaz do filme O DONO DO JOGO – Pawn Sacrifice

Opinião

O título original é Pawn Sacrifice, numa referência ao peão do jogo de xadrez – peça com menos autonomia no jogo, com movimentos mais limitados e menos poder. Assim são os dois geniais jogadores do filme: tanto o americano, quanto o russo são peões, marionetes nas mãos de seus respectivos governos que, em plena Guerra Fria, lutam pela hegemonia mundial do capitalismo e do socialismo, respectivamente, manipulando seus cidadãos como for melhor para a imagem e influência do país. Já dá pra ver que a versão em português não carrega essa nuance, o que é uma pena.

Isso não prejudica, é só uma curiosidade que faz todo o sentido. É verdade que O Dono do Jogo foca é biográfico. Conta a história de vida do gênio do xadrez, os americano Bobby Fischer, que se torna o mais jovem campeão americano nos anos 1960, considera-se o melhor do mundo e cisma em enfrentar o campeão mundial Boris Spassky. Mente brilhante, enfrenta o desafio até o final no campeonato mundial na Islândia em 1972, mas sua genialidade acaba engolida pelos transtornos psíquicos e sua vida fica bem dura no final.

Além da história real muito boa e do ótimo elenco, o retrato do momento histórico é o ponto forte. Como bem disse um dos personagens, outros ícones da história também se perderam na sua genialidade, que transcende o entendimento das pessoas normais. Mozart, por exemplo. Rever o jogo de poder, as nações espionando tudo e todos, a desconfiança instalada em todos os campos do conhecimento e a propaganda política é sempre uma boa aula da nossa história mundial bem recente, que o diretor Edward Zwick, também de Diamante de Sangue, faz muito bem.

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