O ESCRITOR FANTASMA – The Ghost Writer

Cartaz do filme O ESCRITOR FANTASMA – The Ghost Writer

Opinião

Roman Polanski (diretor também de O Pianista) está preso na Suíça. Preso em termos, porque aguarda sua extradição para os Estados Unidos em um confortável chalé na vila alpina de Gstaad, apesar de ter de usar a famosa tornozeleira eletrônica que monitora seus passos. Tudo isso por causa da condenação por ter feito sexo com uma garota de 13 anos em 1977, nos Estados Unidos. Saiu do país antes de ouvir a sentença e desde então não pisa por lá.

Sugetivo, o isolamento. O Escritor Fantasma tem esse aspecto muito forte, mas em uma ilha. Lembra, inclusive, o clima sinistro de A lha do Medo, de Scorsese. Aqui, quem se isola numa ilha americana é um ex-primeiro ministro inglês (feito por Pierce Brosnan, inspirado no apoio político de Tony Blair aos Estados Unidos e à guerra do Iraque), com sua esposa (Olivia Williams, também em Educação), sua equipe e um escritor fantasma que será responsável por redigir suas memórias. O vento e a trilha sonora de suspense contrastam com a arquitetura incrível do refúgio e com a faceta fria e impassível de Brosnan. Sinalizam, logo de cara, que algo não se encaixa bem. Assim como o empregado, que tenta, em vão, varrer as folhas do chão num dia de forte vento e chuva.

Não há propriamente um detetive, nem um evento a ser desvendado. Embora se noticie logo de cara a morte do antigo ghost writer, não é ela a grande questão do filme. O escritor fantasma (na pele de Ewan McGregor) trabalha somente para escrever as memórias e vai, aos poucos, montando um quebra-cabeça inteligente que só se completa na última cena. Tem um enredo envolvente, uma história amarrada, um suspense interessante. Jogo político, claro. Polanski que o diga.

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