O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS – Tinker, Tailor, Soldier, Spy
Opinião
Ainda bem que não assisti a O Espião que Sabia Demais no cinema. Quem foi achou confuso, rápido demais, cheio de personagens, flashbacks, tomadas cortadas. E claro, diálogos cifrados próprios da espionagem. Baseado no livro de John Le Carré, o filme é tudo isso propositalmente – uma maneira de retratar o ambiente já pouco glorioso do Serviço de Inteligência do Reino Unido no início dos anos 1970, quando está à margem da disputa entre a Cia e a KGB, mas ainda tem espiões que de fato sabem coisas demais. Em um ambiente que está à deriva da disputa internacional pelo poder, nada mais natural do que lavar a roupa suja.
Em DVD fica mais fácil entender a trama e rever alguma cena, caso algo importante tenha escapado. De fato as histórias dos personagens (conta com Colin Firth, também em O Discurso do Rei, Direito de Amar) vão se intercruzando e são apresentadas de uma maneira não-linear, o que confunde um pouco o espectador. Portanto, já digo de antemão que não é um filme para toda hora.
A trama toda é deflagrada por causa de uma fracassada operação em Budapeste. Um tiroteio não esperado deixa claro que há, entre o Circus, a elite do Serviço Secreto, um espião que é um agente russo infiltrado. Na investigação, liderada por George Smiley (Gary Oldman), o diretor sueco Tomas Alfredson (também do ótimo Deixa Ela Entrar) dá o tom de suspense perfeito com a trilha sonora e o roteiro picotado, em uma trama complexa que exige muita atenção.
Para quem gosta de espionagem, morte a sangue frio, gente dissimulada que faz de tudo para livrar a pele, é uma boa pedida. Mas esteja atento, senão você fica pelo caminho.
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