PONTO CEGO – Blindspotting

Cartaz do filme PONTO CEGO – Blindspotting

Opinião

Ponto Cego abriu o Festival de Sundance e a escolha é justificada. Com uma história original, equilibra humor e drama na medida pra que o filme seja uma grata surpresa.

A trama gira em torno de Collin (Daveed Diggs), um homem negro que vive seus três últimos dias de liberdade condicional. A gente vai saber só depois por que foi condenado, mas o fato é que não pode bobear – caso se meta em encrenca, não fica livre tão cedo. Junto com Miles (Rafael Casal), seu amigo de longa data, passam por situações de tensão, que trazem à tona o preconceito contra o negro e a violência policial. De tão limitada que é a sociedade, trabalhamos no ponto cego – onde não é possível enxergar as duas realidades coexistindo, assim como na ilustração Vaso de Rubin, uma ilusão de ótica em que vemos ou dois rostos, ou um vaso. Nunca os dois ao mesmo tempo.

Diggs e Casal escrevem o roteiro para eles mesmos – e a sinergia é forte. Vale dizer que Daveed Diggs é raper e recheia Ponto Cego de letra e música, som e significado. Apesar dos temas atuais e totalmente pertinentes sobre pré-julgamentos, tensões raciais enraizadas e conflitos entre classes sociais, a sutilidade do humor – e a longevidade da amizade – são as pérolas que suavizam vidas tão complexas.

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