SE A RUA BEALE FALASSE – If Beale Street Could Talk
Opinião
Em Se a Rua Beale Falasse, Barry Jenkins fala, de novo, do universo do racismo, do preconceito, da evidente injustiça que a população negra enfrente, hoje e sempre. Volta pra esse universo, mas volta com mil dedos. Nada comparado com a ousadia de Moonlight – Sob a Luz do Luar. Nem de longe.
Se a Rua Beale Falasse já tem um nome que não diz muita coisa, genérico demais, quase ingênuo, numa tradução literal do original. Retrata o teor do filme: um casal jovem apaixonado tem o futuro comprometido quando ele é acusado de um crime, sem provas. Ele é preso, os policiais e a justiça são brancos, e é conveniente encerrar o caso com um negro na cadeia. Com uma fotografia que coloca tudo no lugar, com bastante cor e um pouco de organização demais da conta, aguça a impressão de irrealidade e perde a força, num drama que é, pelo tema, forte demais.
Há bons diálogos, Regina King é realmente muito boa, mas Barry Jenkins fica melhor quando mais autêntico e ousado. Muito melhor.
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