Opinião

O título original fala de um “homem apressado” – que seria uma maneira mais suave de falar de alguém que só pensa em trabalhar, é grosso e mal educado, e não liga pra ninguém. Até o dia que ele tem um AVC (daí a adaptação em português do título) e tem que reaprender tudo. Até a ser gente.

Com Fabrice Luchini, Sem Palavras anda pelo lugar comum do alto executivo que leva uma rasteira da vida, mas agarra a chance de se reinventar e ser uma pessoa melhor. Baseado no livro autobiográfico de Christian Streiff, ex-CEO da Airbus e PSA – Peugeot-Citroen, é uma história de superação bem parecida com várias outras que o cinema já mostrou. A travessia final é a cereja desse bolo – que não tem nada de especial, é verdade. Mas o desfecho tem a mágica simbologia de quem já experimentou todo o seu momento transformador.