SOBRE MENINOS E LOBOS – Mystic River

Cartaz do filme SOBRE MENINOS E LOBOS – Mystic River

Opinião

A atuação de Sean Penn em A Árvore da Vida me deixou intrigada. Apático, ausente e distante, seu personagem transmite estranheza para quem está do lado de cá da tela. Olhando sua filmografia, deparei-me com Sobre Meninos e Lobos, que ainda não tinha visto. Dirigido por Clint Eastwood (também em A TrocaGran TorinoCartas de Iwo JimaInvictusA Conquista da HonraAlém da Vida), o filme mostra logo no começo a sua visão desoladora em relação à sociedade e à conduta humana, a mesma que senti em Gran Torino. A amizade dos três meninos Jimmy, Dave e Sean é carregada de algo que não dá para identificar logo de cara. O que se percebe é que o desequilíbrio emocional e o medo se apoderam da vida deles, a partir do momento em que Dave sofre um grande trauma.

Adultos, depois de cada um seguir o seu caminho, eles se encontram em outra situação traumática: o assassinato da filha de Jimmy (Sean Penn, também em A Árvore da Vida, Milk – A Voz da Igualdade, 21 Gramas, Jogo de Poder). Sean (Kevin Bacon, também em X-Men – Primeira Classe) é o policial encarregado do caso e Dave (Tim Robins) se envolve em algo sinistro na noite da morte da garota. O mistério é mantido até a cena final – embora já saibamos, nesse ponto, quem é o assassino, o suspense se mantém no que diz respeito ao caráter dos personagens, à relatividade da verdade dos fatos e dos sentimentos e à ironia do destino. Ficam no ar as sutilezas de comportamento e as evidências dos atos. Eastwood faz isso com maestria, retratando a aspereza da sociedade e do indivíduo que precisa se salvar a qualquer custo, enquanto outros percebem o valor do resgate familiar como alicerce para as lidar com lobos soltos por aí.

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