O LOBO DO DESERTO – Theeb

Cartaz do filme O LOBO DO DESERTO – Theeb

Opinião

Filme de deserto não têm ritmo acelerado. Normal, segue o calor de dia e o frio da noite. A imensidão da paisagem, a sua monotonia disfarçada pela beleza natural das dunas, a ameaça iminente. Tem tudo isso e, por essa razão, dá mesmo a sensação de mais lentidão. Filme de deserto exige paciência – eu me coloco no lugar do personagem que vaga sem rumo, perdido. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro pela Jordânia, O Lobo do Deserto mostra a vida de uma tribo beduína em pleno Império Otomano, na Primeira Guerra. Não deve ganhar, porque Filho de Saul (indicado da Hungria) é muito forte, mas Theeb é sim um belíssimo filme.

Filmes no deserto sempre impressionam. Aí vão alguns imperdíveis: Lawrence da Arábia (Inglaterra, 1962), O Paciente Inglês (Inglaterra, 1996), A Caminho de Kandahar (Irã, 2001) e Timbuktu (Mauritânia, 2015).

Não deixa de ser um roadmovie, embora não exista estrada nenhuma. Os beduínos levam a vida normalmente na província de Hejaz, quando chega um inglês e pede ajuda para procurar um poço. Claro que deslocar-se pelo deserto, só com gente local mesmo. Hussein e seu irmão Theeb partem para acompanhar o viajante e no caminho se deparam com inimigos, sede, fome e outros desafios. O foco é o garoto Theeb, que vai ter que se virar pra sobreviver. E acaba vivendo esse episódio como um rito de passagem para a vida adulta – aprende, na marra, a decidir em quem confiar e com quem seguir seu caminho.

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