TRE PIANI

Cartaz do filme TRE PIANI

Opinião

Nanni Moretti escreve, dirige, produz, atua em seus filmes. É onipresente, assim como sua marca não escapa da construção de cada um dos personagens. Nem do drama em si. Intenso e profundo, Moretti trata das tensões cotidianas existentes nas famílias contemporâneas, como se entrasse na nossa casa sem pedir licença.

Vê-lo na tela como ator, sabendo que é ele o dono da história, potencializa essa sensação. É como se ele dissesse: “acredito tanto que o ser humano é assim, que ponho minha mão no fogo fazendo parte dessa jornada”.

Não sei você, mas filmes de Nanni Moretti me atingem em cheio. Foi assim em CARO DIÁRIO, MINHA MÃE, O QUARTO DO FILHO, HABEMUS PAPAM, que tem um teor especial. Mas isso é garimpo pra outro dia. Falemos de TRE PIANI — que não foi traduzido e se refere aos três andares de um prédio onde moram três famílias, que têm a vida impactada por um acidente.

Na noite em que Monica entra em trabalho de parto, um jovem bêbado atropela um moça na sua frente, invade uma garagem, onde mora a família de Lucio, que fica transtornado com a possibilidade de sua filha ter sido molestada por um vizinho.

Dito isso, vida que segue, personagens vivem seus conflitos pessoais interligados, sem solução fácil. Monica surta, Lucio comete uma insensatez, Dora precisa escolher entre o marido e o filho.

Nanni Moretti constrói o drama da vida privada, com questões tão universais quanto particulares. E, eu, sempre caio na teia que ele prepara, pensando com meus botões como tudo é cinema nessa vida.

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